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26/12/2024
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ECONOMISTA FAZ LEITURA DE COMO PODERÁ FICAR A RELAÇÃO BRASIL E ESTADOS UNIDOS DORAVANTE

Os sites Paraíba Agora e Manchete do Sertão, conversaram com o economista Waldick Bezerra, formado pela Universidade Federal da Paraíba, que em entrevista ao jornalista Gabriel Queiroz fez uma leitura sobre o cenário atual, começando das eleições norte-americanas, que aconteceram no começo desse mês, e como provavelmente se comportará o presidente Lula em relação ao governo agora de Donald Trump, que voltará à Casa Branca. 

          O texto a seguir, segue o pensamento e a visão política-ideológica do entrevistado. Pautado nas obviedades dos cenários políticos, falas dos políticos citados, com o intuito de lhe ajudar a formar opinião sobre esse assunto.

A expressiva vitória de Donald Trump nas eleições americanas, confirmada nesta quarta-feira (06), elevou a cotação do dólar frente ao real e ligou o sinal de alerta para o Banco Central do Brasil. As projeções positivas do mercado em relação a vitória do candidato republicano, confirmadas pela tendência de alta da moeda americana, indicam que haverá mais resistência à redução da taxa de juros básica (Selic), na intenção de conter possíveis pressões inflacionárias decorrentes da apreciação do dólar. Há também a expectativa de que essa tendência persista em decorrência de prováveis medidas econômicas protecionistas a serem implementados por Trump, em semelhança a seu primeiro mandato. Por outro lado, se houverem fatores como controle de gastos e crescimento da economia americana, como é esperado pelo mercado e prometido em campanha, as economias brasileira e mundial seriam beneficiadas pelo aquecimento do mercado internacional e baixas taxas de juros estadunidenses, o que aumentaria os investimentos estrangeiros diretos em países emergentes, como o Brasil.

            Outro fator a se observar a partir do êxito eleitoral de Trump é o futuro das relações políticas internacionais. Ficando atrás apenas da China, os Estados Unidos representam o segundo maior parceiro comercial do Brasil, o que torna a economia brasileira sensível a mudanças nas relações comerciais entre os dois países, relações estas que são ditadas em grande medida pelos laços políticos entre as duas nações. Opositor Ideológico de Trump, o presidente Lula fez duras críticas ao candidato republicano antes das eleições, afirmando que essa possível vitória representaria uma retomada ao nazismo e fascismo. Essa crítica revela a falta de afinidade entre os chefes de Estado e indica um possível afastamento gradual dos EUA e maior aproximação aos BRICS. No entanto, é necessário levar em consideração também que o presidente brasileiro parabenizou a vitória e prometeu boas relações com o furto governante americano.

            O discurso controverso de Trump em relação aos imigrantes latinos também preocupa os brasileiros, que somam mais de 2 milhões em solo americano, como apontado pelo Ministério das Relações Exteriores (2023). O temor é de que a entrada e a legalização de cidadãos do Brasil nos Estados Unidos sejam ainda mais dificultadas. No entanto, é importante considerar também que a economia americana é dependente da imigração para suprir a necessidade de mão de obra existente para serviços que exigem menos qualificação profissional, como serviços domésticos, na construção, em restaurantes, entre outros. Essa dependência dificulta uma política migratória mais radical no sentido de restrição a entrada de estrangeiros e deportações em massa. 

                 Diante desse cenário, a vitória de Trump aponta para uma reconfiguração nos rumores econômicos e políticos entre Brasil e Estados Unidos. Apesar das incertezas e possíveis riscos nas relações comerciais e migratórias, a postura de cautela por parte do Banco Central e o interesse em manter boas relações entre os líderes dos dois países sinalizam uma tentativa de equilíbrio. Resta acompanhar as primeiras medidas do novo governo americano para avaliar os impactos reais na economia global e nos laços diplomáticos, que se mostram mais sensíveis e estratégicos do que nunca.



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